Sexta, 19 de Setembro de 2025
Profissionais da atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS) passarão a realizar testes para detectar sinais de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças de 16 a 30 meses. A medida faz parte da nova linha de cuidado para TEA, lançada pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de iniciar intervenções e estímulos o mais cedo possível.
Segundo o Ministério, a atuação precoce é fundamental para a autonomia e a interação social futura dos pacientes.
"Pela primeira vez, o ministério estabelece uma linha de cuidado para o TEA. O centro dela, a recomendação mais importante, é o esforço do diagnóstico precoce no início dos cuidados e intervenções", avaliou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O ministro Alexandre Padilha enfatizou a importância da nova linha de cuidados como um instrumento abrangente para o diagnóstico e intervenções precoces, mesmo antes do diagnóstico formal.
O governo estima que 1% da população brasileira vive com TEA. Dados do IBGE indicam que 71% dessa população apresentam outras deficiências, reforçando a necessidade de ações integradas no SUS.
A nova linha de cuidado orienta gestores e profissionais de saúde sobre o funcionamento da rede, desde a atenção primária até os serviços especializados, com foco no rastreio precoce e no início imediato da assistência.
O teste de triagem para TEA, conhecido como M-Chat, identifica sinais de autismo em crianças nos primeiros anos de vida. A detecção precoce permite que os profissionais encaminhem e orientem as famílias em relação aos estímulos e intervenções necessárias.
O questionário está disponível na Caderneta Digital da Criança e no prontuário eletrônico E-SUS. Os estímulos e terapias para crianças com sinais de TEA foram disponibilizados na edição atualizada do Guia de Intervenção Precoce, que será colocado em consulta pública.
O Ministério da Saúde também busca fortalecer o Projeto Terapêutico Singular (PTS), que prevê um plano de tratamento individualizado, construído entre equipes multiprofissionais e as famílias.
A nova linha de cuidado orienta sobre os fluxos de encaminhamento, esclarecendo quando o paciente atendido nos Centros Especializados em Reabilitação (CER) deve ser encaminhado a outros serviços, como os de saúde mental.
A nova linha de cuidado para TEA destaca a importância do acolhimento e do suporte às famílias, reconhecendo o papel central dos pais e cuidadores no desenvolvimento infantil.
As ações incluem orientação parental, grupos de apoio e capacitação de profissionais da atenção primária para estimular práticas no ambiente domiciliar e complementar o trabalho das equipes multiprofissionais.
O Ministério articula a implementação do programa de treinamento de habilidades para cuidadores, da Organização Mundial da Saúde (OMS), para famílias com crianças com TEA ou atraso no desenvolvimento.