Sexta, 19 de Setembro de 2025

SUS Implementa Teste Precoce de Autismo aos 16 Meses: Detecção e Intervenção Imediata

Nova linha de cuidado do Ministério da Saúde visa diagnóstico precoce e estímulo para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

18/09/2025 às 21:23
Por: Redação

Profissionais da atenção primária passarão a realizar teste para detectar sinais de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças de 16 a 30 meses, como parte da avaliação de desenvolvimento. A orientação faz parte da nova linha de cuidado para TEA, lançada pelo Ministério da Saúde.

A expectativa é que intervenções e estímulos ocorram antes do diagnóstico formal. “A atuação precoce é fundamental para a autonomia e a interação social futura”, destacou o ministério.

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“Pela primeira vez, o ministério estabelece uma linha de cuidado para o TEA. O centro dela, a recomendação mais importante, é o esforço do diagnóstico precoce no início dos cuidados e intervenções”, avaliou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Para o ministro, a nova linha de cuidados é um instrumento potente e abrangente, permitindo o cuidado e as intervenções precocemente, impactando no desenvolvimento das crianças.

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Números

O governo estima que 1% da população brasileira viva com TEA. Dados do IBGE indicam que 71% dessa população apresentam outras deficiências, reforçando a necessidade de ações integradas via SUS.

A nova linha de cuidado orienta gestores e profissionais de saúde sobre o funcionamento da rede, da atenção primária aos serviços especializados, com foco no rastreio precoce e no início imediato da assistência.

Teste

O teste de triagem para TEA, conhecido como M-Chat, identifica sinais de autismo em crianças nos primeiros anos de vida. A detecção precoce permite encaminhar e orientar as famílias em relação aos estímulos e intervenções necessárias.

O questionário está disponível na Caderneta Digital da Criança e no prontuário eletrônico E-SUS. Estímulos e terapias foram disponibilizados na edição atualizada do Guia de Intervenção Precoce, que será colocado em consulta pública.

Tratamento individualizado

O ministério fortalecerá o Projeto Terapêutico Singular (PTS), que prevê um plano de tratamento individualizado, construído entre equipes multiprofissionais e as famílias.

A nova linha de cuidado orienta sobre os fluxos de encaminhamento, esclarecendo quando o paciente atendido nos Centros Especializados em Reabilitação (CER) deve ser encaminhado a outros serviços, como os de saúde mental.

Acolhimento e suporte

A nova linha de cuidado para TEA destaca a importância do acolhimento e do suporte às famílias, reconhecendo o papel central dos pais e cuidadores no desenvolvimento infantil.

As ações incluem orientação parental, grupos de apoio e capacitação de profissionais da atenção primária para estimular práticas no ambiente domiciliar, complementando o trabalho das equipes multiprofissionais.

O ministério articula a implementação do programa de treinamento de habilidades para cuidadores da OMS para famílias com crianças com TEA ou atraso no desenvolvimento.